museu histórico
de jaboticabal

Jaboticabal

o início

A história de um território e daqueles que o ocupam, deve ter início ao menos com o que sabemos de seus recursos naturais e com seus primeiros habitantes, certo? Tradicionalmente não é isso que ocorre, nos acostumamos a falar do início de um município a partir da ocupação de famílias importantes, consideradas as “primeiras” e “fundadoras”. Sem negar a relevância e contribuição dessas pessoas, vamos começar diferente dessa vez?

Começaremos observando o nosso território em suas características naturais, que nos foram muito importante para posteriores economias que aqui se desenvolveram e hoje propulsionam a produção local, um importante aspecto da nossa vida em sociedade.

Estamos em um local no qual a floresta tropical  – Mata Atlântica – e trechos de Cerrado predominavam como cobertura vegetal. Com o avanço da monocultura ao longo do tempo, inicialmente pelo café e, posteriormente, por laranja e cana de açúcar, houve excessivo desmatamento na região, restando poucas reservas de mata nativa. Isso não aconteceu só aqui, atualmente estima-se que no Brasil todo restam apenas 12,5% da floresta que existia originalmente.

Quando ainda éramos caracterizados por esses biomas, no entanto, viviam aqui grupos do povo indígena Kaingang. Será só no século XIX que passaremos a ter, de forma mais efetiva, a ocupação deste território por outros, caracterizados como colonizadores.

Hoje, um português chamado João Pinto Ferreira, é considerado o fundador do município de Jaboticabal, pois teria sido a partir da compra que ele fez de um lote de terras na região e da conseguinte ocupação de famílias no local que teria se desenvolvido o povoado que deu origem ao município. Pinto Ferreira comprou as terras em regime de sesmarias (ou seja, com o objetivo de posse e cultivo) em um lugar conhecido por “Ribeirão das Cachoeiras”, que provia-se de abastecimento de um rio chamado Córrego Rico. Ali demarcou sua área de posse, em 1828, e posteriormente construiu uma Capela, que deu início ao povoado. A Capela era em homenagem à Nossa Senhora do Carmo, a qual tem o dia 16 de julho como seu dia e por isso é até hoje o dia de aniversário da cidade.

Em 1894, o povoado, que já havia sido Arraial, Freguesia e Vila, é elevado à categoria de cidade, já com o nome de Jaboticabal. Este nome vinha já de longa data, pois ao que parece, antes mesmo de povoado, por possuir muitas jabuticabeiras, o “Ribeirão das Cachoeiras”  também era conhecido como Jaboticabal.

No ano de 1894, Jaboticabal contava com mais de 26 mil habitantes e ainda fazia parte de sua jurisdição as paróquias de Barretos e São José do Rio Preto. Com um território muito extenso, de Jaboticabal desmembraram-se muitos municípios da região como: Barretos, Taquaritinga, Pitangueiras, Bebedouro, São José do Rio Preto e Monte Alto.

E hoje, como está o jaboticabal?

Composta por três núcleos urbanos: Jaboticabal e os distritos de Córrego Rico e Lusitânia, a área da unidade territorial do município é de 706,602 km. A cidade está localizada na Bacia Hidrográfica do Rio Mogi, é abastecida pelo sistema de captação do rio Córrego Rico, afluentes e poços e se encontra no bioma de transição mata atlântica-cerrado.

Desde 2019 Jaboticabal é MIT – Município de Interesse Turístico e está conveniado à Rota Turística Caminhos da Mogiana. A cidade também é participante da Rota da Fé, que passa por aqui em direção ao Santuário de N. Sra. Aparecida.

O conhecido filtro de barro, produzido a partir da técnica da cerâmica, é um importante produto local que faz parte da identidade econômica do município. Responsável por mais da metade da produção de filtro no Brasil, Jaboticabal é polo nacional e internacional, exportando para mais de 40 países. Outra importante produção local é o amendoim, o Estado de São Paulo é o maior produtor de amendoim do Brasil sendo a região de Jaboticabal – SP responsável por 20% da produção brasileira*. A cana de açúcar e a cebola correspondem, respectivamente, à segunda e terceira maior produção agrícola local. (IBGE 2020).

A cidade também é conhecida pelos títulos de “Cidade da Música”, “Cidade das Rosas” e “Athenas Paulista”, a primeira por conta da tradição musical vinda das centenárias e premiadas bandas da cidade, a segunda remonta às tradições que exaltam a beleza dos jardins das casas dos moradores e das mulheres da cidade (presentes em versos de Cora Coralina, que aqui viveu por muito tempo) e por fim, a última, referindo-se às importantes instituições de ensino da primeira metade do século XX.

Atualmente o principal evento no calendário municipal é a Festa do Quitute e Expofeira de Arte e Artesanato, realizada em julho, mês de aniversário da cidade. Porém temos também a centenária Festa de São João do Córrego Rico, com Travessia de Fogueira e Quermesse, além da Festa Nacional do Amendoim, que acontece em agosto.

* MARTINS, R. Amendoim: safra 2008/09 e perspectiva para 2009/10. Análises e indicadores do agronegócio  v. 5, n. 1, p. 1-4, 2010.

  • População estimada em 2020: 78.029 habitantes (71.662 de acordo com o censo de 2010)
  • Densidade demográfica (2010) = 101,42 hab/km²
  • IDHM (2010) : 0,778
  • Taxa de coleta de esgoto (tratamento adequado) (2020): 98,04%
  • Média salarial dos trabalhadores formais (2019): 2,7 salários mínimos
  • Taxa de Escolarização (2020): 97,9%
  • Estabelecimentos de Ensino: Fundamental: 31; Mèdio: 16; Ensino Superior: 05
  • Estabelecimentos de Saúde: 3 unidades hospitalares; 1 unidade de emergência (UPA); 11 unidades do Centro Integrado de Atendimento à Família (CIAF)
  • PIB Per Capita (2019): R$ 38.082,72

Fonte: IBGE (2020)